Minhas palavras dos outros

O aspecto mais terrível sobre Hitler: ele acreditava no que dizia. Terrível, triste. E pensar que ainda hoje existem pessoas que acreditam exatamente nas mesmas coisas que ele! Mas, infelizmente não e só isso: Tem muita gente que acredita piamente que os negros são intelectualmente inferiores aos brancos; tem gente que acredita que os homossexuais são aberrações e devem ser espancados e até mortos; tem gente que acredita que mulheres são objetos a serem possuídos e que devem obediência ou morte aos machos da espécie; tem gente que acredita que é correto matar médicos que fazem aborto; tem gente que acredita que é correto e educativo espancar crianças; tem gente que acredita que caça e pesca são esportes em que todo mundo se diverte e esquecem dos animais e peixes; tem gente que acredita que pessoas diferentes merecem ser humilhadas e é divertido “tirar sarro” delas por terem mais ou menos peso, por serem mais altas ou mais baixas, por terem espinhas ou usarem óculos, por terem sotaque

Aquele que lê maus livros não leva vantagem sobre aquele que não lê livro nenhum. Mark Twain Essa frase sempre me faz pensar nos livros de auto-ajuda e no Paulo Coelho. Que me desculpem aqueles que pregam o amor aos livros sejam eles quais forem; até admito e aceito como natural que um pré-adolescente leia um livro ruim, ele está começando, está entrando nesse misterioso e maravilhoso mundo da escrita e é perfeitamente compreensível que entre pela porta mais fácil: os que todos leem. Mas como em tudo na vida, é preciso evolução. Não dá pra sentir nada além de pena de uma pessoa que já deixou a adolescência faz tempo e continua achando que livro bom é aquele que ensina coisas como “Como vencer na vida usando cueca vermelha”. Me poupem!

Diante da vastidão do tempo e da imensidão do espaço é uma alegria para mim compartilhar uma época e um planeta com você Não sei de quem é a frase, mas ela me fez pensar muito. O espaço é imenso, são tantas galáxias e tantos planetas, talvez muitos deles habitados. O tempo é tão vasto tanto para trás quanto para frente; quantos anos, quantas décadas, quantos séculos, quantos milênios transcorreram antes do meu nascimento, no tempo em que eu era nada? Quantos anos, quantas décadas, quantos séculos, quantos milênios transcorrerão depois da minha morte, no tempo imenso em que eu serei novamente nada? Esse ínfimo intervalo entre um nada e outro nada que sou eu poderia ter ocorrido em qualquer tempo antes, em qualquer tempo depois, mas ocorreu agora, ocorreu no tempo em que eu pudesse encontrar as pessoas que amo, ocorreu no tempo em que eu pudesse conhecer os livros, os poemas, as músicas que me emocionam. Sim, o que diz a frase é fato e posso dizer isso a cada uma das pesso

Desconfio por princípio daqueles que lucram com seu ideal. - Millôr O Millôr usou essa frase para atacar o Chico Buarque e eu não concordo com ele. O Chico, da mesma forma que outros zilhões de artistas em todos os campos e épocas, sobreviveu e sobrevive de sua arte e se soube como poucos burlar a censura na época da ditadura e mandar o seu recado, ter ganhado dinheiro com isso de forma alguma o desmerece. Acho até que ele poderia ter ganhado mais dinheiro ainda se tivesse deixado o ideal pra lá e cantado apenas o que o povão queria ouvir, não foi isso (com raras exceções) que o Roberto Carlos fez? Mas eu, Divina, desconfio daqueles que lucram com o que “dizem” ser o seu ideal... é o que os políticos fazem e por isso não confio em nenhum deles.

Creio que a terra é chata, procuro em vão não sê-lo. – Millôr Verdade e modéstia, um duplo sentido delicioso que cria o humor inteligente. Frase perfeita! A palavra chata não está aqui como sinônimo de forma mas como gíria (ou ex-gíria) que descreve uma situação ou comportamento desagradável. A terra é realmente chata, não chata como uma pizza como acreditavam, ou nos dizem que acreditavam, antigamente, mas chata porque tem tédio, tem frustração e tem tanta coisa ruim que um monte de gente vive querendo convencer a gente de que são coisas boas! Ah, que chatice! E eu... eu sou chata também, e quando tento não ser chata (o que não é incomum) tenho impressão de que estou sendo mais chata ainda...

Às vezes sou tentado a me admirar, e isso me causa a maior admiração. Drummond É a mais pura verdade! Acontece algumas vezes (não muitas) de eu fazer algo de que realmente gosto, algo em que consigo ver algum espírito, alguma criatividade, alguma bondade... sei lá, algum aspecto que me parece legal. Daí sou tentada a admirar a pessoa que fez aquilo (eu), imediatamente fico embaraçada, sem jeito comigo mesma. Admirada de ter me admirado começo a procurar defeitos no objeto ou na ação que me agradou para tentar equilibrar isso e “parar de viadagem” que não mereço essa coisa de auto-elogio! Quando consigo encontrar (ou inventar) o defeito que procurava fico dividida de novo: decepcionada por ter errado e vitoriosa por constatar que estava certa em não acreditar que merecia admiração. Acontece isso com você?

Quando se sentir a pessoa mais idiota do mundo, lembre-se que você já foi o espermatozóide mais esperto da sua turma. Você pode não se lembrar desse dia, mas basta uma aulinha básica de biologia para saber que é a mais pura verdade. Daí você pode extrapolar: Quantas outras vezes na vida você foi o melhor e nem ficou sabendo? Pense nisso para levantar a cabeça e, depois, comece a trabalhar para ser o melhor em alguma coisa, dessa vez com conhecimento de causa!

A gente não pode escapar do mundo mais facilmente que pela arte, mas não se pode vincular ao mundo mais facilmente que pela arte. – Jean Wolfgang Von Goethe Meu comentário : Esconder-se do mundo lendo um livro, ouvindo uma música, entrando em uma galeria... São formas de se conectar com dois tipos de mundo. O mundo do qual a gente tentou se esconder e que os artistas nos mostram recriado e o mundo que provoca nossas reflexões e que faz com que a gente veja o que não viu lá fora, faz com que a gente pare, pense e sinta a nós mesmos inseridos nesse mundo. A arte é uma fuga pra dentro de um eu que se derrama.

Acho a árvore, sobretudo a mangueira, a coisa mais civilizada do mundo. Mas a árvore mais importante, devo reconhecer, é a genealógica. Que, nada tendo de lógica, é a de raízes mais profundas. E a que dá mais galhos. - Millôr Fernandes Meu comentário : Tem gente que é tão incapaz de ser alguém que preste e a quem valha a pena prestar atenção que a única coisa de que consegue se orgulhar é de seus antepassados, como se tivesse algum mérito por ter nascido nessa ou naquela família. Pessoas assim provam que além de inúteis são extremamente burras.