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TODA LUZ QUE NÃO PODEMOS VER

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Somos cidadãos de Saint-Malo em primeiro lugar, dizem os moradores. Depois, bretões. Franceses, em última alternativa. Maldições, ele lhe assegura, não existem. Existe sorte, talvez, boa ou má. Cada dia com uma leve inclinação ao sucesso ou ao fracasso. Mas maldições, não. Então, crianças, como o cérebro, que vive sem uma centelha de luz, constrói para nós um mundo tão iluminado?” “Abram os olhos”, conclui o homem, “e vejam o máximo que puderem antes que eles se fechem para sempre”. O pai lhe diz para refrear a imaginação. Pedras são apenas pedras, chuva é apenas chuva e maldições são apenas má sorte. Cada vez que Marie-Laure repete algum boato para o pai, ele diz que todo mundo se lembra da última guerra, e ninguém é louco o suficiente para passar por aquilo de novo. — Quase todas as espécies que já existiram estão extintas, Laurette. Não há motivo para pensar que conosco, seres humanos, será diferente! Rádio: ele une milhões de ouvidos a uma única boca. A voz sincopada do Reich cresc