SOBRE ENVELHECER E MENTIR
A frase é:
"Só envelhecemos quando paramos de nos divertir"
e eu a vi em uma postagem “bitininha” do Facebook, daquelas que tem uma foto de gente sorrindo com uma linda paisagem ao fundo.
Não concordo. Tem muito tipo de diversão que fica seriamente comprometido porque a gente envelhece. Essa é só mais uma das muitas mentiras espalhadas como se fossem verdade para tentar fazer com que a velhice não assuste e não deprima tanto as pessoas. Um dos exemplos mais tocantes que conheci foi o de uma senhora que conheci quando eu tinha só 30 anos. Ela estava bem velhinha e me contou que sempre adorou ler mas não podia mais porque já não conseguia guardar na memória as coisas que lia, daí que quando terminava de ler uma página não se lembrava do que leu na página anterior. Eu, que também sou e sempre fui apaixonada pela leitura, fiquei profundamente penalizada e triste por ela...
Hoje tenho 55 anos, ainda consigo ler, mas há outras coisas que me divertiam e que já não consigo fazer, ou não consigo fazer da mesma forma. Tá, podemos mudar um pouco os hábitos e nos divertir com outras coisas, mas isso não muda o fato de que houve perdas e os novos prazeres também podem perder a possibilidade de divertir. Não há como negar: A velhice existe sim e é uma merda!
Apesar do que possa parecer pelo que escrevi até aqui, a verdade é que nunca tive medo de envelhecer - nem desejo! - e muito menos aquela ilusão tão comum dos que dizem coisas como "Quero ser uma velha sarada, feliz, de 'espírito jovem'". Nunca acreditei nessas balelas... apenas deixo que as coisas aconteçam, faço e farei sempre o melhor que puder para aproveitar o que essa merda de velhice ainda não tiver levado.
Ao contrário do que muitos pensam quando me veem dizendo que a velhice é uma merda e que a Vida é ruim, sou uma velha espevitada e maluca que faz toda farra possível e ri de cada merda que me acontece. A velhice é uma merda, não tenho a menor dúvida disso, mas ainda não estou a fim de desistir... a Vida é ruim sim, mas a minha vida até que é bem legal. Já que sei que vou morrer mesmo não vejo motivo pra ter pressa...
Os sorrisos e a alegria existem por coisas simples e lindas como um abraço de amigo aqui, uma piada das boas ali, um tempinho de amor com meu neguinho, uma cerveja na hora que der vontade, um passeio no meio de gente... um tempo de leitura, uma nova página de palavras cruzadas, uma descoberta nova, uma informação que eu não sabia, um por de sol afogueado visto da janela...
Coisas assim que fazem a gente saber que não precisa inventar mentiras, nem se matar ou ser uma velha amarga. Pelo menos enquanto puder pensar que, como dizia uma amiga minha: "Tirando as coisas ruins, tá tudo bem".
Hoje tenho 55 anos, ainda consigo ler, mas há outras coisas que me divertiam e que já não consigo fazer, ou não consigo fazer da mesma forma. Tá, podemos mudar um pouco os hábitos e nos divertir com outras coisas, mas isso não muda o fato de que houve perdas e os novos prazeres também podem perder a possibilidade de divertir. Não há como negar: A velhice existe sim e é uma merda!
Apesar do que possa parecer pelo que escrevi até aqui, a verdade é que nunca tive medo de envelhecer - nem desejo! - e muito menos aquela ilusão tão comum dos que dizem coisas como "Quero ser uma velha sarada, feliz, de 'espírito jovem'". Nunca acreditei nessas balelas... apenas deixo que as coisas aconteçam, faço e farei sempre o melhor que puder para aproveitar o que essa merda de velhice ainda não tiver levado.
Ao contrário do que muitos pensam quando me veem dizendo que a velhice é uma merda e que a Vida é ruim, sou uma velha espevitada e maluca que faz toda farra possível e ri de cada merda que me acontece. A velhice é uma merda, não tenho a menor dúvida disso, mas ainda não estou a fim de desistir... a Vida é ruim sim, mas a minha vida até que é bem legal. Já que sei que vou morrer mesmo não vejo motivo pra ter pressa...
Os sorrisos e a alegria existem por coisas simples e lindas como um abraço de amigo aqui, uma piada das boas ali, um tempinho de amor com meu neguinho, uma cerveja na hora que der vontade, um passeio no meio de gente... um tempo de leitura, uma nova página de palavras cruzadas, uma descoberta nova, uma informação que eu não sabia, um por de sol afogueado visto da janela...
Coisas assim que fazem a gente saber que não precisa inventar mentiras, nem se matar ou ser uma velha amarga. Pelo menos enquanto puder pensar que, como dizia uma amiga minha: "Tirando as coisas ruins, tá tudo bem".
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