TRATADO SOBRE A TOLERÂNCIA

 


Esse jovem, não podendo ter sucesso nem em ingressar no negócio da família, para o qual não tinha vocação, nem em ser recebido na ordem dos advogados, porque não possuía os certificados de catolicismo. – 12

Essa gente é supersticiosa e pronta a enfurecer-se: considera como monstros seus irmãos que não pertencem à mesma religião que eles. – 13

Essa cidade [Toulouse] ainda realiza uma solenidade todos os anos, com procissão e fogos de artifício, para comemorar o dia em que massacrou quatro mil cidadãos heréticos, dois séculos atrás. – 13

Não havia – e não podia haver – qualquer prova contra a família [os Calas], mas sua religião errada assumia o lugar de provas. – 15

Muitas dessas pessoas que são chamadas na França de devotas proclamaram em altas vozes que era melhor supliciar na roda um velho calvinista inocente do que expor oito dos conselheiros de Languedoc ao reconhecimento de que se haviam enganado. – 20

Alguns dos deputados do parlamento da província de Provença solicitaram ao rei o envio de tropas para apoiar a execução de dezenove pessoas dessa região que eles haviam condenado; aproveitaram para massacrar seis mil, sem perdoar mulheres, nem velhos, nem crianças. – 26

Há quem afirme que o humanismo, a indulgência e a liberdade de consciência são coisas horríveis; mas, falando de boa-fé, quando foi que produziram calamidades comparáveis? – 27

Seria absurdo executar hoje os dirigentes da Sorbone só porque, outrora, a universidade apresentou petição para que a Donzela de Orléans fosse queimada viva. – 29

François Gomar era um teólogo protestante. Ele sustentava que Deus já destinara desde toda a eternidade a maior parte dos homens a serem queimados eternamente. – 29

Quando não se busca magoar os corações, todos os corações estão a nosso favor. – 30

Um bispo de Vármia tinha um coletor de impostos anabatista e um cobrador sociniano; houve quem lhe propusesse demitir e processar um por não acreditar na consubstanciação e o outro porque só batizava seus filhos aos quinze anos; ele respondeu que ambos seriam eternamente condenados no outro mundo, mas que, no mundo presente, lhe eram muito necessários. – 31

Quanto mais seitas houver, menos cada uma delas será perigosa. – 35

O grande princípio, o princípio universal de um e de outro, é o mesmo em toda a terra: “Não faças aos outros o que não queres que te façam”. Ora, não se percebe como, segundo esse princípio, um homem poderia dizer a outro: “Crê no que eu creio e não no que não podes crer; caso contrário, morrerás”. – 38

O direito de intolerância é, portanto, absurdo e bárbaro; é o direito dos tigres, sendo bem mais horrível também, porque os tigres dilaceram suas presas para comer, enquanto nós nos exterminamos por causa de alguns parágrafos. – 39

Cícero duvidava de tudo, Lucrécio negava tudo; e nenhum dos dois jamais sequer de leve censurado. – 43

O grande princípio do senado e do povo romano era: (Somente os deuses devem ocupar-se das ofensas feitas aos deuses). – 43

Segundo nos dizem, assim que os cristãos apareceram, eles foram perseguidos por esses mesmos romanos que não perseguiam ninguém. Parece-me evidente que tais fatos são totalmente falsos. – 44

“Não é costume dos romanos condenar quem quer que seja, sem que o acusado tenha presente os seus acusadores e tenha tido liberdade de defender-se da acusação. – 45

Não foram os romanos que se sublevaram contra São Paulo, foram os judeus. Foram somente judeus que apedrejaram Santo Estevão. – 45

Era comum que os romanos fechassem os olhos quando os judeus exerciam um julgamento por motivos religiosos. – 45

Todos sabemos que ódio implacável demonstram todos os sectários aos que abandonam sua seita. – 46

Os romanos, longe de oprimir os primeiros cristãos, reprimiam os judeus que os perseguiam. – 46

Como podemos imaginar que eles tenham privado apenas os cristãos de uma liberdade de que gozava a terra inteira. – 48

Os mártires foram, portanto, aqueles que se revoltaram contra os falsos deuses. – 50

Por mais absurdo que pudesse ser, somos forçados a admitir que eles próprios eram intolerantes. – 50/51

É verdade que entre antigos martiriológicos se incluíam quase todos os primeiros papas, mas a palavra “mártir” só era então empregada de acordo com seu verdadeiro significado: martírio queria dizer então testemunho, e não suplício. – 51

O povo egípcio, sempre turbulento, sedicioso e covarde: gente que havia feito em pedaços um cidadão romano porque tinha matado um gato, gente desprezível em todas as épocas, não importa o que digam os admiradores das pirâmides. – 52

São Teodoro – que, para se contar a verdade, era dono de um prostíbulo, mas que nem por isso era um cristão menos fervoroso. – 57

Observe ainda que nas relações dos martírios, compostas unicamente pelos próprios cristãos, encontra-se quase sempre um bando de outros cristãos entrando e saindo com liberdade das prisões dos condenados. – 59

Se fosse apenas a religião sendo perseguida, não se teria imolado também esses cristãos que assistiam a seus irmãos condenados? – 59

Existe, por acaso, em qualquer das perseguições anteriores que foram confirmadas um único aspecto que se aproxime da Noite de São Bartolomeu, festa cruel, em que uma população inteira agradece a Deus em procissão e se regozija porque seus antepassados, há duzentos anos, martirizaram quatro mil de seus concidadãos? – 60

Faz muito pouco tempo que começamos a praticar os princípios corretos da agricultura; quando começaremos a praticar os princípios corretos da humanidade? – 61

Vamos aceitar que os romanos tenham mandado matar uma multidão de cristãos. Queremos então cometer a mesma injustiça? – 61

As pessoas comuns só raciocinam pela metade. – 61

Desde que ele não se ponha a perturbar a ordem pública: não depende de o homem crer em algo ou descrer de alguma coisa, mas depende de ele respeitar os costumes de sua pátria. – 63

Você gostaria de sustentar nos braços dos carrascos a religião de um Deus que fizeram perecer nas mãos dos carrascos e que somente pregou a doçura e a paciência? – 63

Nem todos os nossos dogmas foram sempre claramente explicados e universalmente aceitos em nossa Igreja. – 65

São Marcos conta 28 gerações entre Davi e Jesus; São Lucas conta 41, e essas genealogias são completamente diferentes. – 66

São Paulo, em sua Epístola, diz que apenas a fé glorifica e que somente as obras não justificam ninguém. São Tiago, ao contrário, não cessa de dizer que ninguém pode ser salvo sem as obras. – 66

O sucessor de São Pedro e seu consistório não podem errar. Eles aprovaram, celebraram e consagraram os atos do Dia de São Bartolomeu: portanto, essa ação foi muito santa. – 67

Por que Deus substituiu a lei que havia dado a Moisés por uma lei nova, ou por que ele havia mandado Moisés fazer muito mais coisas do que ordenara ao patriarca Abraão e por que Abraão tivera de fazer muito mais do que Noé. – 68

Nos livros do Êxodo, do Levítico, dos Números e do Deuteronômio existem leis muito severas sobre o culto e castigos mais severos ainda. – 69

O massacre promovido por Moisés de 23 mil homens pelo culto do Bezerro de Ouro. – 70

Ele mesmo proibiu a feitura de qualquer imagem, mas ele próprio levantou a serpente de bronze. – 70

Salomão mandou esculpir doze bois; querubins foram instalados na tampa da Arca; eles tinham uma cabeça de águia e outra de bezerro. – 70

A maior parte dos reis judeus se assassinou e exterminou uns aos outros. – 70/71

Eliseu convocou ursos para devorar 42 meninos que o tinham chamado de cabeça calva. – 71

Em sua guerra contra os madianitas, Moisés ordenou que matassem todas as crianças do sexo masculino e todas a mães para depois dividir o botim. – 71

Ezequiel promete, a fim de encorajá-los, que comerão carne humana: “Comereis”, diz ele, “o cavalo e o seu cavaleiro; bebereis o sangue dos príncipes. – 71

Não se encontra, em toda a história desse povo, qualquer traço de generosidade, de magnanimidade, de beneficência. – 71

A Arca, que somente por ter sido aberta e por ter sido visto seu interior havia custado a vida de 50.070 judeus. – 74

Moisés disse muitas vezes que “Deus castiga os pais nos filhos até a quarta geração. – 76

Os castigos e recompensas de uma vida futura existiam nas religiões dos persas, dos babilônios, dos egípcios, dos gregos e dos cretenses, mas não fazem parte da religião [anterior] dos judeus. – 76

Deus, que conduzia pessoalmente Seu povo, o punia ou o recompensava imediatamente após suas boas ou más ações. – 76

A lei de Moisés apenas anunciava castigos temporais até a quarta geração. Ezequiel anuncia precisamente o contrário ao dizer que o filho não trará a iniquidade de seu pai. – 77

Os judeus pensavam que a lua e o sol ficavam a algumas léguas de distância acima de nós. – 78

Se quisermos examinar de perto o judaísmo, ficaremos surpresos por encontrar a maior tolerância em meio aos horrores mais bárbaros. – 79

Se não me engano, há poucas passagens nos Evangelhos a partir das quais o espírito persecutório possa ter inferido que a intolerância e as restrições seja, legítimas. – 80

Sua morte [Jesus] tem muitos elementos em comum com a de Sócrates. – 83

Ele se submeteu à lei de Moisés desde a sua infância até a morte. – 84

Nascido israelita, viveu consequentemente como israelita. – 85

O Gênesis (capítulo VI) chama de filhos de Deus os filhos dos homens poderosos. – 85

Se quereis vos assemelhar a Jesus Cristo, sede mártires, e não carrascos. – 86

“Mas como perseguiremos aqueles a quem Deus tolera?”, disse Agostinho. – 87

Quando nossas ações desmentem a nossa moral é porque cremos que existe uma certa vantagem em fazermos o contrário daquilo que ensinamos. – 89

A hipocrisia é uma homenagem que o vício faz à virtude. – 91

CARTA ESCRITA AO JESUÍTA LE TELLIER POR UM DE SEUS BENEFICIÁRIOS A 6 DE MAIO DE 1914

Meu Reverendo padre:
Obedeço às ordens que Vossa Reverendíssima me deu a fim de apresentar-lhe os meios mais adequados para livrar Jesus e Sua Companhia de seus inimigos. Eu creio que não restem mais de 150 mil huguenotes no reino; alguns dizem que há um milhão, outros que são um milhão e meio; porém, qualquer que seja seu número, esta é minha opinião, que submeto muito humildemente à vossa, tal como devo.
1º – É fácil capturar no mesmo dia todos os pregadores e enforcá-los todos juntos no mesmo lugar, não somente para a edificação pública, mas também pela beleza do espetáculo.
2º – Eu mandaria degolar em suas camas todos os pais e mães, porque, se os matássemos nas ruas, isso poderia causar algum tumulto; muitos poderiam salvar-se, o que é necessário evitar a qualquer custo. Essa execução é um corolário necessário de nossos princípios: pois, se é necessário matar um herege, como demonstram tantos grandes teólogos, é evidente que é preciso matar a todos.
3º – No dia seguinte, eu casaria todas as moças com bons católicos, porque não podemos despovoar muito o Estado, como aconteceu na última guerra; contudo, o meu conselho no que se refere aos rapazes de catorze e quinze anos, já imbuídos de maus princípios, que não podemos nos iludir em sermos capazes de extinguir, é que todos eles sejam castrados a fim de que sua raça nunca mais seja reproduzida. Quanto aos meninos menores, eles serão criados nos colégios dos jesuítas e chicoteados até que saibam de cor as obras de Sánchez e de Molina.
4º – Eu penso, salvo correção, que precisamos fazer assim com todos os luteranos da Alsácia, considerando que no ano de 1704 eu escutei duas velhas daquela província rindo no dia da batalha de Hochstedt.
5º – O caso dos jansenistas parecerá talvez um pouco mais embaraçador: acredito que seu número seja de seis milhões, no mínimo; todavia, um espírito como o seu não deverá ter medo disso. Eu incluo nos jansenistas todos os parlamentos que sustentam tão indignamente as liberdades da Igreja Galicana. Vossa Reverendíssima deverá pesar, com sua prudência costumeira, os meios de submeter todos esses espíritos intratáveis. A Conspiração da Pólvora não obteve o sucesso desejado; parece que um dos conjurados teve a indiscrição de querer salvar a vida de um amigo seu; porém, como não tendes nenhum amigo, não se deve temer o mesmo inconveniente; a vós será bastante fácil mandar explodir todas as câmaras de deputados do reino com essa invenção do monge Schwartz que se chama pulvis pyrius. Eu calculo que serão necessários, uns amarrados aos outros, 36 barris de pólvora para cada câmara; desse modo, multiplicando-se 12 câmaras de deputados por 36 barris, não vamos precisar mais do que 432 barris de pólvora, os quais, ao custo de cem escudos por unidade, comporão um total de 129.600 libras: é uma bagatela para o reverendíssimo padre geral. Uma vez sanados os parlamentos, dareis seus cargos a membros de vossa congregação, que estão perfeitamente instruídos nas leis do reino.
6º – Será fácil envenenar o sr. Cardeal de Noailles, que é um homem ingênuo e que não desconfia de nada. Vossa Reverendíssima empregará os mesmos meios de conversão junto aos bispos renitentes; seus bispados serão entregues às mãos de jesuítas por meio de uma autorização papal. Desse modo, todos os bispos serão do partido da boa causa e todos os curas de igrejas serão habilmente escolhidos por esses bispos: é o que aconselho, dependendo do bom grado de Vossa Reverendíssima.
7º – Como se diz que os jansenistas comungam ao menos na Páscoa, não seria má ideia polvilhar as hóstias com a droga que foi utilizada para fazer justiça ao imperador Henrique VII. Algum crítico me dirá talvez que se correria o risco, durante essa operação, de dar também a “morte dos ratos” aos molinistas; essa objeção é importante, mas não existe nenhum projeto que não tenha seus inconvenientes, nenhum sistema que não esteja ameaçado de ruína em alguma parte. Se nos deixarmos impedir por essas pequenas dificuldades, jamais chegaremos ao final de nada; aliás, como se trata de buscar o maior bem que nos seja possível, não nos devemos escandalizar se esse bem maior acarretar consigo algumas más consequências, que não devem merecer qualquer consideração.
Não temos nada a nos reprovar: foi demonstrado que todos os pretensos reformados e todos os jansenistas já estão condenados ao inferno; assim, a única coisa que faremos é apressar o momento em que eles devem entrar em sua posse.
Não está menos claro que o paraíso pertence de direito aos molinistas: portanto, se os fizermos perecer por acaso e sem qualquer má intenção, estaremos acelerando sua alegria. Em ambos os casos, seremos os ministros da Providência.
Quanto àqueles que poderiam ficar um pouco assustados com os números, Vossa Paternidade poderá observar-lhes que, desde os dias florescentes da Igreja até 1707, isto é, durante cerca de 1.400 anos, a teologia já causou o massacre de mais de cinquenta milhões de homens, enquanto eu apenas proponho enforcar, degolar ou envenenar cerca de seis milhões e quinhentos mil.
Talvez ainda nos apresentem a objeção de que minha conta não é correta e que estou violando a “regra de três”; isso porque, dirão, se em 1.400 anos apenas pereceram cinquenta milhões de homens em consequência de distinções, dilemas e antilemas teológicos, isso não dá por ano mais do que 35.714 pessoas, com uma fração, e que, desse modo, eu mato 6.464.085 pessoas a mais, com uma fração, durante o presente ano.
Mas, na verdade, esta é uma chicana bem pueril; podemos até mesmo dizer que é ímpia, porque não se vê que, através de meu procedimento, eu salvo a vida de todos os católicos até o fim do mundo. Isso jamais seria feito se quiséssemos atender a todas as críticas. Eu sou, com um profundo respeito por Vossa Paternidade,

O muito humilde, muito devoto e muito doce R...,
natural de Angoulême, prefeito da Congregação.

Esse projeto não pôde ser executado, porque o padre Le Tellier encontrou algumas dificuldades, além do fato de que Sua Paternidade foi exilado no ano seguinte. No entanto, como sempre se deve examinar os prós e os contras, parece bom pesquisarmos em que casos se poderia legitimamente seguir em parte os pontos de vista do correspondente do padre Le Tellier. Segundo parece, seria difícil executar esse projeto em todos os seus pontos, mas sempre é necessário ver-se em que ocasiões se deve matar no pelourinho ou na forca ou mandar para as galeras as pessoas que não compartilham de 
nossas opiniões: esse é o tema do capítulo seguinte. – 93/96

Um dos mais assombrosos exemplos de fanatismo foi o de uma pequena seita da Dinamarca. Essa gente queria obter a salvação eterna para seus irmãos. Sabiam que todas as criancinhas que morrem sem batismo são danadas e que aquelas que têm a felicidade de morrer imediatamente após o batismo gozam da glória eterna; então eles passaram a matar todos os meninos e meninas recentemente batizados que podiam encontrar. – 98


Os judeus pareciam ter mais direito do que quaisquer outras pessoas de nos roubar e de nos matar. – 98

Houve ocasiões em que Deus lhes ordenou que matassem os idólatras e que não perdoassem senão as meninas virgens. – 98

Eles estariam sobretudo na obrigação indispensável de assassinar todos os turcos. – 99

Suas terras, com mais de 25 léguas de extensão, foram dadas aos judeus mediante vários pactos consecutivos. – 99

Um ateu polêmico, violento e robusto seria um flagelo tão funesto quanto um supersticioso sanguinário. – 103

Em qualquer lugar em que houver uma sociedade estabelecida, uma religião é necessária; as leis reprimem os crimes conhecidos, enquanto a religião se encarrega dos crimes secretos. – 103

De todas as superstições, a mais perigosa não é a de odiar seu próximo em virtude de suas opiniões? – 105/106

Quanto menos dogmas, menos disputas; quanto menos disputas, menos infelicidades. – 107

De cada versículo contestado brotou uma fúria armada de um sofisma e de um punhal, que tornou todos os homens insensatos e cruéis. – 108

“Escutai-me porque o Deus de todos esses mundos me iluminou. Ele tem novecentos milhões de formiguinhas iguais a nós sobre a terra, mas é somente o meu formigueiro que agrada a Deus; ele observa todos os outros com horror desde a eternidade; esse formigueiro será o único feliz e todos os demais serão desafortunados por toda a eternidade”. – 109

Talvez você até tenha razão; estou convencido de que você somente deseja me fazer o bem. Mas eu não posso ser salvo sem passar por tudo isso? – 110

Tu que absolutamente não nos deste um coração para que nos odiássemos, nem mãos para que nos matássemos, faze com que nos ajudemos mutuamente a suportar os fardos de uma vida penosa e passageira. – 113

Que todas essas pequenas nuances que distinguem entre si os átomos chamados homens não sejam mais motivos de ódio e de perseguição; que esses que acendem círios à luz do meio dia para Te celebrar suportem aqueles que se contentam com a luz do Teu sol; que esses que cobrem suas vestes com uma toalha branca para dizer que é preciso Te amar não detestem os que dizem o mesmo quando usam um manto de lã negra; que seja a mesma coisa Te adorar com um jargão derivado de uma antiga língua ou em um dialeto mais moderno. – 113

Que todos os homens possam recordar que são irmãos. – 114

Santo Agostinho, depois de pregar a cordialidade por tanto tempo, acabou por pregar a perseguição. – 115

“Eu não sei se aquela operação foi ou não necessária, mas é necessário que nunca mais se repita”. – 118

Tolerância, sem a qual o fanatismo desolaria a terra ou, no mínimo, a entristeceria para sempre. - 127

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