PÉROLAS DE MIA COUTO
COUTO, Mia. O último voo do
flamingo. 1ª. Ed – São Paulo: Companhia das letras, 2005
Os europeus, quando caminham, parecem pedir licença ao mundo. Pisam o
chão com delicadeza mas, estranhamente, produzem muito barulho. (Pág. 35)
A vida, meu filho, é uma desilusionista. (Pág. 47)
Desquelquerficado (Pág. 52)
Aqueles caminhos tinham serviços que não eram os mesmos das ruas
urbanas: pareciam feitos apenas para passarem sonhos e poentes. (Pág. 52)
Se temos voz é para vazar sentimentos. Contudo, sentimento demasiado
nos rouba a voz. (Pág. 111-112)
Cada coisa tem o direito de ser uma palavra. Cada palavra tem o dever
de não ser nenhuma coisa. (Pág. 135)
Quando se quer limpar uma nação só se produzem sujidades. (Pág. 178)
COUTO, Mia. O fio das miçangas. São Paulo: Companhia das letras, 2009
COUTO, Mia. O fio das miçangas. São Paulo: Companhia das letras, 2009
Antes eu não tinha hora. Agora perdi o tempo. (Pág.22)
Ensinaram-me tanta vergonha em sentir prazer, que acabei sentindo prazer em ter vergonha. (Pág.29)
Nós, pobres, devíamos alargar a garganta não para falar, mas para melhor engolir sapos. (Pág.34)
A gente morre ainda com tanta vida! (Pág.35)
A dor dele faz parar o mundo. Um mundo cheio de dores verdadeiras para perante a dor falsa de um futebolista. (Pág.82)
(Conto: O mendigo Sexta-feira jogando no mundial. LINDO)
Minha sabedoria é ignorar as minhas originais certezas. (Pág. 97)
A realidade não é um sonho fabricado pelos mais ricos? (Pág. 101)
Estranhei com suspeição. Porque ela se tinha retirado da sua ausência? (Pág. 118)
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