UM UNIVERSO QUE VEIO DO NADA
KRAUSS, Lawrence M. Um universo que veio do nada: porque há criação
sem criador. São Paulo: Paz e Terra, 2013
Qual
é a diferença entre argumentar a favor de um criador de existência eterna ou de
um Universo de existência eterna sem criador algum? (p. 10)
Pode
parecer difícil ou sem sentido imaginar um mundo sem Deus ou sem propósito, mas
só isso não torna obrigatória a existência de Deus. (p. 10)
Algo
surgir do nada deve ter sido uma exigência
para que o Universo viesse a existir. (p. 11)
O
“designer inteligente” é simplesmente um guarda-chuva unificador para fazer
oposição à evolução. Sem a ciência, qualquer definição são apenas palavras. (p.
12)
Aprendemos
que o espaço e o tempo podem aparecer de forma espontânea. (p. 12)
Obviamente,
invocar “Deus” para evitar perguntas difíceis começando por “como” é apenas
preguiça intelectual. Afinal, se não houvesse potencial de criação, Deus não
poderia ter criado nada. (p. 13)
No
que diz respeito a entender como nosso Universo evolui, a religião e a teologia
têm sido, no mínimo, irrelevantes. (p. 13)
A
ciência tem sido eficaz em promover nossa compreensão da natureza porque o ethos científico é baseado em três
princípios básicos: (1) Siga a evidência aonde quer que ela o leve; (2) Se
alguém tem uma teoria, precisa provar que ela está tão errada quanto certa; (3)
O árbitro supremo da verdade é o experimento, e não o conforto que se tira de
suas crenças a priori, nem a beleza
ou a elegância que se atribui aos próprios modelos teóricos. (p. 14)
A
natureza surpreende mais do que a imaginação humana pode esperar. (p. 14)
O
Mistério Inicial que acompanha qualquer jornada é: como o viajante chegou ao
ponto de partida, para começo de conversa? – Louise Bogan, Journey Around My Room (p. 18)
A
história completa, na verdade, é um pouco mais interessante. A primeira pessoa
a propor o Big Bang foi um padre e físico belga chamado Georges Lemaître. (p.
21)
“Dia
sem Ontem” (p. 22)
“Até
onde sei, essa teoria permanece completamente alheia a qualquer questão
metafísica ou religiosa”, Lemaître (p. 22)
O
fato de o Big Bang ter acontecido ou não é uma questão científica, não
teológica. (p. 22)
Edwin
Hubble, que faz com que eu tenha fé na humanidade, pois começou como advogado e
acabou se tornando astrônomo. (p. 23)
Henrietta
Swan Leavitt percebeu que existia uma relação estável entre o brilho das
estrelas Cefeidas e o período de sua variação. (p. 24)
Hubble
viria a se tornar um nome famoso, enquanto Leavitt, infelizmente, é conhecida
apenas por aficionados da área. (p. 25)
O
resultado de Hubble foi inequívoco o suficiente para que a comunidade
astronômica logo aceitasse o fato de a Via Láctea não ser tudo o que existia ao
nosso redor. (p. 25)
Hubble
descobriu algo muito mais impressionante: o Universo estava em expansão. (p.
25)
O
que gostaríamos que o universo fosse é irrelevante. (p. 192)
A
ciência não torna impossível a crença em Deus, mas possibilita não acreditar
nele. Sem a ciência tudo é um milagre. Com a ciência existe a possibilidade de
que nada seja. (p.194)
[sobre]
A pergunta que Einstein fez sobre se Deus teve alguma escolha na criação do Universo.
Se existe uma única teoria, a resposta pareceria ser: “Não, as coisas tinham
que ser do jeito que foram e são”. Mas se o Universo não é único, a resposta
seria um sonoro: “Sim, existe uma série de escolhas para a existência”. Mas,
pose ser que exista um conjunto infinito de combinações diferentes, então a
resposta continuará sendo negativa. Em quaisquer cenários, mesmo um Deus que
aparente onipotência não teria qualquer liberdade na criação do Universo. (p.
195/196)
Posfácio
Richard Dawkins
Nada
expande a mente como o Universo em expansão. (p. 197)
A
idade do Universo precisa, até o quarto algarismo significativo em 13,72
bilhões de anos. (p. 197)
A
radiação do desvio para o vermelho de galáxias distantes comprovou a teoria da
expansão de Hubble e nós a extrapolamos negligentemente. (p.198)
“Vivemos
em um tempo muito especial... o único tempo em que se pode verificar por meio
de observações que vivemos em um tempo muito especial!” (p. 198)
Não
só não haverá cosmólogos para olhar para o Universo, como não haverá nada para
ver. (p.198)
A
ciência ainda desconhece muita coisa. Entretanto, parte do que sabemos sabemos
não apenas aproximadamente mas com convicção e precisão espantosa. (p.199)
A
ciência pode ser estranha e incompreensível, mas a ciência funciona, consegue
resultados. A teologia não só carece de casas decimais, como falta-lhe até
mesmo o menor indício de conexão com o mundo real. (p.200)
Thomas
Jefferson, ao fundar a Universidade de Virgínia: “Um professorado de teologia
não deveria ter lugar em nossa instituição”. (p.200)
Se
você perguntar aos crentes o porquê de sua crença, a maioria, mais honesta e
vulnerável, pula para uma versão do argumento da criação ou da primeira causa. Filósofos
do calibre de David Hume não precisavam levantar de suas cadeiras para
demonstrar a fraqueza fatal desses argumentos. (p.200)
A
biologia sempre foi o campo de caça favorito de teólogos naturais, até que
Darwin os expulsou. Eles fugiram para as pastagens rarefeitas da física e das
origens do Universo, apenas para se deparar com Lawrence Krauss e seus
predecessores. (p.200-2001)
O
título significa exatamente o que diz. E o que diz é devastador. (p.2001)
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