O ROMANCE PICARESCO - Mario González
O ROMANCE PICARESCO
GONZÁLES, Mário. O romance picaresco, Ática, São Paulo,
1988
— ... forma
narrativa diferente. Nela ... os próprios protagonistas — na maioria dos casos
— contam suas vidas de marginalizados em luta pela sobrevivência. (p.5)
— O texto não
mais será a expressão do que acontece a alguém, mas do homem existindo no que
acontece. (p.10)
— Pode-se ler no
lazarilho apenas uma série de
histórias engraçadas, mas também poder-se-á pensar que a obra é portadora de
uma denúncia não explícita. (p.10)
— ... nos
defrontamos com o típico narrador protagonista; (p.10)
— No entanto, há
falas que podem ser isoladas como pertencente à visão à posteriori do narrador e que estão não no tempo do enunciado,
mas, da enunciação. (p.11)
— Culmina,
assim, o propósito de se derrubar os mitos da heroicidade ... A partir da “desonra” pessoal, Lásaro se lança a
desmistificar uma sociedade baseada no conceito de honra. (p.11/ 12)
— ... a cr’tica
da sociedade contemporânea ... viria a ser depois um dos traços comuns a todos
os romances chamados picarescos. (p.14/15)
— ... ajudante
de cozinha ou “pícaro” (p.19)
— ... a noção de
pícaro pode ser considerada uma novidade do Gusmán.
No Lazarilho o termo não aparecia
e passaria a ser aplicado a Lázaro em função das suas semelhanças com a
personagem de Mateo Alemán. (p.21)
— É muito
difícil, separar, na obra, Mateo Alemán do autor implícito e este do narrador;
(p.25)
— ... é um
mecanismo que transporta para o texto literário a inversão de hierarquias
própria do carnaval. Essa carnavalização da literatura, estudada por Mikhail
Bakhtin, é um dos traços característicos da pecaresca e tem nesta obra de
Quevedo um dos seus pontos culminantes. (p.34/35)
— ...
“picaresco” ... registra o Novo Aurélio
— “burlesco, cômico, ridículo” (p.38)
— ... mais de
430 anos após a aparição do Lazarilho,
ainda não haja um consenso sobre o romance sobre o romance picaresco e muito
menos uma “definição”. (p.38)
— Mas nenhum
crítico arrisca uma definição. ... a picaresca é produto de um momento
histórico espanhol irrepetível. (p.39/40)
— ... entendemos
que, para se falar em romance picaresco, é necessário levar em conta duas
coisas: primeiro ... devamos entendê-la como um processo. (p.40)
— ... a
picaresca ... deve ser vista como um intertexto; (p.40)
— ... é
imprescindível estabelecer períodos para o romance picaresco, ... que se apoia
em sucessivas transgressões da(s) fórmula(s) anteriores; (p.40)
— ... é um
reflexo mediado de uma realidade e não pode ser confundido com a mesma ... não
pode ser reduzido a efeito de uma única causa. (p.40)
Comentários
Postar um comentário