REALIDADE E NOSTALGIA DE GARCÍA MÁRQUEZ

 

REALIDADE E NOSTALGIA DE GARCÍA MÁRQUEZ

Lídice Valenzuela – Tradução: Maria do Carmo Brito – Ed. Oficina do Autor – Rio de Janeiro – 1997



Macondo nada mais é do que Aracataca, ali mesmo na Colômbia, (p.9)

O coronel do peixinhos de ouro, de Cem anos de solidão, é o seu próprio avô, (p.9)

García Márquez ... se tornou jornalista graças ao generoso esforço de Alfonso Fuenmayor que, sem que o futuro Prêmio Nobel soubesse, dava-lhe parte de seu mirrado salário, também de jornalista, para mantê-lo num jornal que não tinha como pagá-lo. (p.10)

Gabriel García Márquez (Colômbia, 1928) ... Cem anos de solidão, uma das obra monumentais da literatura contemporânea da América Latina. (p.11)
Publicada em 1967, Cem anos de solidão confrontou o leitor latino-americano com uma visão desconhecida de sua própria imagem. (p.11)

... alguns termos já conhecidos (real maravilhoso), ou outros que foram surgindo (magia garcíamarquiana, magia macondiana etc), tentaram catalogar uma maneira muito pessoal de ver e recriar o mundo (p.11)

Mérito indiscutível deste livro ... é a devolução ao grande povo latino-americano de sua própria memória (p.11)

As histórias de Cem anos de solidão — que não são mais que das famílias e localidades da América Latina, belamente exageradas ou reinventadas por García Márquez (p.11)

Cem anos de solidão é um romance endiabradamente complicado, cheio de mistérios e soluções sugestivas. Seus personagens são capazes de reinventar o mundo, graças à maestria de seu criador, (p.13)

... monumento da lírica latino-americana que entregou à Colômbia sua memória popular, artisticamente recriada. (p.13)

... de onde Gercía Márquez tirou esta história? (p.13)

Aracataca ... ele imortalizou em Cem anos de solidão como Macondo. (p.14)

... senhor Eligio García e dona Luisa Santiaga Márquez, inspiradores do romance O amor nos Tempos do Cólera, (p.17)

A música vallenata que inspirou a García Márquez algumas passagens de Cem anos de solidão se escuta constantemente. (p.21)

Gabriel chegou a esse mundo em 6 de março de 1928 (p.25)

... contemplando o avô enquanto este trabalhava o ouro artesanalmente. (p.25)

Gabriel García Márquez ... neto dileto do coronel Nicolas Ricardo Márquez e dona Tranquilina Iguarán, uma mulher que tinha o raro dom de falar com os mortos. (p.28)

... o monumento aos trabalhadores da banana, que em 1928 protagonizaram uma greve contra a United Fruit Company. A greve terminou em uma matança. (p.28)

... noite de 1982 em que recebeu o Prêmio Nobel (p.29)

Creio que todo recém-chegado a este povoado triste e muito pobre na aparência perguntou-se, como eu: É esse o famoso Macondo de Cem anos de solidão?

Fora, no pátio, cresce a castanheira onde os Márquez, segundo conta, amarravam um parente louco, (p.31)

... sua irmã Altagracia chorou no ventre de sua mãe (p.35)

... uma amiga, ... pariu no Panamá um menino com rabo de porco (p.35)

Aracataca, o paraíso que começava onde o trem amarelo dava seu último apito (p.35)

Aracataca fazia parte de uma explêndida zona bananeira explorada pela companhia norte-americana United Fruit, (p.36)

... das pedras que havia no rio e que a Gabriel pareciam gigantescos ovos pré-históricos. (p.37)

... castanheiras — numa dos quais ... a família de García Márquez amarrava um parente louco (p.40)

... chegou de Riohacha (p.42)

Isso foi depois que lhe deram o Nobel, e um pouco antes de ser ameaçado de morte e ter que ir embora do país. (p.44)

... pode exagerar os fatos ... Dessa mesma maneira, continua, fazem os compositores de música vallenata, que em cada peça narram um fato popular. (p.51)

... a avó materna de Gabriel, Tranquilina Igurán (p.52)

“Cem anos de solidão não passa de um vallenato de 350 páginas”. (p.59)

 ... antes que o ameaçassem de morte e fosse forçado a sair do país. (p.63)

... ritmo que, segundo uma lenda popular, deixaram impressos em seus acordeons uns marinheiros holandeses que se afogaram nas costas do Caribe colombiano há dois séculos. (p.68)

Menciona, como exemplo, a força narrativa, o manejo do idioma, as formas em que vão sendo descritas as situações da epopéia da família Buendía,em que, diz ela, (Consuelo Araújo) se coloca um contexto exatamente igual ao de qualquer dos cantos dos vallenatos. (p.69)

Gabriel sentou-se para escrevê-lo e, um ano depois, quando o terminou, confessou que o fez de uma só arrancada. Tratava-se de sentar-se e redigi-lo. Embora já o tivesse pensado ao longo de vinte anos, tudo nele se deu naturalmente. (p.69)

... seu personagem de Aureliano Buendía e a viagem que este realiza procurando um lugar onde possa refugiar-se, junto com Úrsula, a salvo da lembrança de Prudênci Aguilar, o morto que tanto lhe pesava. (?) - (p.72)

... o escritor viu-se obrigado a abandonar o país, condenado à morte por bandos paramilitares, (p.81)

Gabriel gosta de viver em Havana. Há muitos lugares nela que quer conhecer e não pode, por falta de tempo. Está entregue com extremo interesse aos trabalhos da Fundação do Novo Cinema Latino-americano, da qual é presidente, e à sua Cátedra na Escola Internacional de Cinema e Televisão, também com sede em Cuba. (p.84)

Aracataca, o pequeno povoado da costa do Caribe colombiano onde nasceu e viveu até aos oito anos de idade. (p.85)

Depois, eu pedi que escrevessem a história numa página. Porque penso que uma história que não pode ser escrita numa página não serve. Cada obra de Shakespeare pode ser escrita completamente nesse espaço. Se não, algo vai mal. Quando não cabe numa página e precisamos acrescentar alguma coisa, é porque já estamos inventando e colando coisas. A história orgânica tem que caber numa página, até em menos. Usei essa medida porque é bastante cômoda. (p.100)

Eu penso que inventar o mundo é a coisa mais maravilhosa que há. (p.101)

Que se acostumem a consultar os especialistas, porque existem coisas que não se podem inventar: (p.101)


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